Por que ensinar lutas e artes marciais nas aulas de educação física?
Por Leandro Coresma *
Dentre as modalidades esportivas disponíveis para a aula de Educação Física, a inserção de lutas vem ganhando espaço nas grades curriculares das escolas. Capazes de levantar questionamentos nos pais e alunos, as lutas são práticas corporais que se valem de técnicas apuradas e estratégias diversificadas para subjugar e desequilibrar, suprimindo o oponente da disputa. Inclusive, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) incentiva o ensino dessas práticas como forma de desenvolver habilidades socioemocionais em crianças e adolescentes.
As lutas acontecem em ambientes controlados e seguros, como escolas e ou academias especializadas, e auxiliam no desenvolvimento de competências como disciplina, autocontrole e respeito, bem como auxilia na construção de vínculos, amizades e o senso de pertencimento. E, claro, também são uma excelente maneira de aprimorar as habilidades motoras e capacidades físicas.
As aulas de Educação Física são excelentes momentos para debater e experimentar diversos tipos de lutas. No ambiente educacional, é preciso primar pela clareza do processo pedagógico no ensino das lutas, assim nossos estudantes terão o conhecimento e a clareza para compreender os benefícios dessas práticas corporais, bem como ter a autonomia para decidir se gostam da atividade. A escola tem o dever de apresentar diversos mundos, ou modalidades esportivas, e permitir que os jovens façam escolhas para seus projetos de vida.
Diante desta temática, os professores de Educação Física do Colégio Pentágono construíram uma rotina de ensino de lutas para todos os anos. Na Educação Infantil, a criação de jogos de desequilíbrio e apoio em quedas são o início do processo pedagógico para o ensino das lutas. Já no Ensino Fundamental e Médio, a escola trabalha com esgrima, introdução ao judô, capoeira, luta marajoara, boxe, sumô, judô, muay thai e luta olímpica.
Este trabalho pedagógico com as lutas trazem impactos positivos no bem-estar mental de nossos alunos ao longo prazo, reduzindo, por exemplo, estresse e ansiedade. Além disso, tais modalidades colaboram para o desenvolvimento da autoestima e autoconfiança por meio da construção positiva da imagem de si mesmo. Portanto, as lutas são ótimas ferramentas educacionais que, inclusive, auxiliam na redução da violência ao formar cidadãos cada vez mais respeitosos e conhecedores de si mesmos.
*Leandro Coresma é Professor de Educação Física do Colégio Pentágono
Texto originalmente publicado no Blog do Pentágono no Estadão: https://www.estadao.com.br/educacao/colegio-pentagono/por-que-ensinar-lutas-e-artes-marciais-nas-aulas-de-educacao-fisica/