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22/02/2017

Dica de Leitura – Março/2017

Educação Infantil Até 6 anos

O caso do Bolinho
Autor: Tatiana Belinky
Editora: Editora Moderna, 2002

A avó faz um bolinho e o põe na janela para esfriar. O bolinho vai rolando até sair para o quintal, e do quintal, para a estrada, onde encontra uma lebre que o quer devorar. Mas o bolinho lhe canta uma canção, a lebre se distrai com a canção, e o bolinho aproveita para ir rolando, até que encontra a raposa. O bolinho canta, mas a raposa esperta, o cobre de elogios e nhoc! E agora como o bolinho vai escapar?

Por que ler para seu filho?

Este livro fala de forma divertida sobre a coragem e a esperteza, importantes valores para conversar com as crianças. Lidar com situações inusitadas no dia a dia não é fácil com os pequenos, os imprevistos assustam dependendo da forma que são tratados. Esta história traz de um jeito simples a enfrentar os obstáculos da vida. E que tal terminar a história com uma música do bolinho ou uma fazer uma receita?

 


Ensino Fundamental I

Romeu e Julieta

Essa história nos conta sobre um reino colorido e cheio de flores, onde as coisas são separadas pelas cores. Tudo muito lindo para cheirar e ver, mas quem mora ali nem pode se conhecer! Será que a cor das asas de Romeu e Julieta vai mesmo separar essas crianças-borboletas?

Por que ler para o seu filho?

A autora Ruth Rocha tem um grande destaque na Literatura Infantil e conhecer os seus textos permite um conhecimento infinito de aprendizado. Este livro faz parte da coleção VOU TE CONTAR! São histórias que mostram situações e personagens que valorizam a independência de pensamento e a ousadia. Aborda temas como amizade, convivência social e brincadeiras.

 


Ensino Fundamental II

Os meninos da rua Paulo
Autor: Ferenc Molnár
Editora: Companhia das Letras, 2017

Os garotos da Sociedade do Betume tinham duas importantes tarefas: manter o betume (símbolo da sociedade) sempre molhado, por meio da mastigação, e defender o grund, quartel general onde jogavam péla. Eis que os camisas-vermelhas, desterrados e, consequentemente, impedidos de jogar péla, declaram guerra à Sociedade e decidem tomar-lhe o grund. Do líder Boka ao soldado raso Nemcsek, a Sociedade do Betume se organiza para a grande batalha de Budapeste do começo do século. O que era brincadeira de criança transformou-se num belo retrato da infância.

Crítica: Publicado em 1906, Os meninos da rua Pauloé um clássico da literatura infanto-juvenil escrito pelo húngaro judeu Ferenc Molnár. Isso não quer dizer, porém, que a obra também não possa agradar aos adultos, pois a narrativa, na tradução impecável de Paulo Rónai, é deliciosa. Mais que uma batalha entre grupos de meninos, pode-se ler Os meninos da rua Paulo como uma representação metafórica da passagem da infância à vida adulta. Vale a pena também conferir as adaptações do livro para o cinema: em 1929, num filme mudo de Béla Balogh; e em 1969, como Essa rua é nossa, de Zóltan Fábri.


O Fim das Missangas

Autor: Mia Couto
Editora: Companhia das Letras, 2009

“A vida é um colar. Eu dou o fio, as mulheres dão as missangas. São sempre tantas as missangas.” É assim que o donjuanesco personagem do conto “O fio e as missangas” define a sua existência. Fazendo jus a essa delicada metáfora, cada uma das 29 histórias aqui agrupadas alia sua carga poética singular à forma abrangente do livro como um todo – vale dizer, ao colar em questão. A maioria dos contos de O fio das missangas adentram com fina sensibilidade o universo feminino, dando voz e tessitura a almas condenadas à não-existência, ao esquecimento. Como objetos descartados, uma vez esgotado seu valor de uso, as mulheres são aqui equiparadas ora a uma saia velha, ora a um cesto de comida, ora, justamente, a um fio de missangas. “Agora, estou sentada olhando a saia rodada, a saia amarfanhosa, almarrotada. E parece que me sento sobre a minha própria vida”, diz a narradora de uma dessas belíssimas “missangas” literárias.”

Crítica: Com um texto de intensidade ficcional e condensação formal raras na literatura contemporânea, Mia Couto demora-se em lirismos que a sua maestria de ourives da língua consegue extrair de uma escrita simples, calcada em grande parte na fala do homem da sua terra, Moçambique, um pouco à maneira de Guimarães Rosa, ídolo confesso do autor. A brevidade das pequenas tramas e sua aparente desimportância épica estão focadas na contemplação de situações, de personagens, ou simples estados de espírito plenos de significados implícitos, procedimento típico da poesia. Os neologismos do autor, a que os leitores já se habituaram, para além de mera experimentação formalista revelam-se chaves fundamentais de interpretação da leitura.