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09/09/2022

Conviver: a importância de estar junto

Por Luciana Pellegrino
* Texto originalmente publicado no Blog do Estadão

Setembro chegou e, com ele, a cor amarela que simboliza um mês de reflexão quanto à saúde mental das pessoas. Apesar de falarmos sobre isso o ano inteiro no Colégio Pentágono, esse se torna um momento propício para ultrapassarmos os muros da escola e levantarmos a discussão com o mundo externo. Afinal, o que será que afeta o nosso psicológico e como podemos cuidar da nossa mente?

Hoje em dia se fala muito sobre o poder que as relações entre amigos/colegas pode trazer. É um fato: ter boa convivência, aceitar as diferentes opiniões, saber argumentar, negociar, expor ideias e ter um ciclo de amizades pode alavancar uma série de benefícios que promovem o desenvolvimento de competências  socioemocionais. Como membro de uma sociedade, muitos grupos fazem parte da nossa formação como indivíduos.

A família, por ser o primeiro núcleo social de proteção, influencia nossa forma de ser e enxergar o mundo de diversas maneiras. É nesse meio que se fortalecem os vínculos afetivos com histórias familiares, brincadeiras, alimentos, costumes e, sobretudo, conexão com o segundo meio social mais importante para a criança e o adolescente: a escola.

Na correria do dia a dia,muitas famílias têm abandonado  o hábito de sentar à mesa para comer e, todos juntos, trocar ideias sobre a rotina escolar e de trabalho. Fazer ao menos uma refeição em família no dia traz uma série de benefícios para a saúde física e emocional dos pais, mães e filhos..

Com o passar do tempo, a tecnologia ganhou destaque nas relações. Na mesma medida que dispositivos digitais aproximam as pessoas, eles também são capazes de distanciar. A comunicação se tornou eficaz por meio de mensagens, ligações e videochamadas. Por outro lado,  o contato físico, a conversa ao vivo durante um café, almoço, jantar estão cada vez mais comprometidas. Muitos momentos de brincadeiras, por exemplo, que aproximavam a família, deixaram de existir. Os momentos lúdicos, com contatos físicos e relações de afeto, ficaram cada vez mais escassos – enquanto os jogos eletrônicos, celulares e tablets ganham espaço. 

Cada membro da família se isola no seu equipamento, criando uma pseudo interação. Muitas vezes, chegam ao extremo de estar  no mesmo espaço, mas conversando por meios digitais. Desta forma, o avanço tecnológico causa um certo prejuízo para a relação familiar, criando a falsa sensação de que está aproximando, enquanto, na verdade, está afastando as pessoas.

O simples fato de haver um momento diário em que todos de casa estão juntos, podendo compartilhar os acontecimentos do dia, já contribui com a valorização da cumplicidade, da atenção e do afeto entre pais e filhos. Conviver, estar junto, escutar e ser ouvido, por menor que seja o tempo, vale mais que grandes viagens, presentes, passeios e festas que talvez não promovam a mesma sintonia e interação com as pessoas mais próximas. A qualidade, e não a quantidade da convivência, é que fará diferença no futuro das nossas crianças e adolescentes.

Todo convívio familiar pressupõe uma relação de afeto e escuta, sendo extremamente importante porque gera laços duradouros. Quando não há essa relação, oconvívio fica defasado, afetando a forma como os filhos aprendem a se relacionar socialmente, em especial sobre regras e condutas. A convivência efetiva, equilibrada e afetuosa entre pais e filhos é condição prioritária para o desenvolvimento saudável dos jovens.

A equipe pedagógica e educacional do Colégio Pentágono reforça a importância da parceria com a família e a escola. A instituição propõe frequentemente situações de convívio familiar a favor de potencializar as múltiplas aprendizagens para a formação completa do indivíduo, tendo a base e mais ferramentas estáveis para solucionar todos os tipos de problemas, inclusive os socioemocionais.                                                                                 

Luciana Pellegrino 
Orientadora Educacional - Unidade Perdizes 2º ao 5º ano.